A ressaca é um fenômeno fisiológico que surge no dia seguinte de um grande consumo de bebida alcoólica. Ela se traduz em dores de cabeça violentas, grande cansaço, boca seca e pastosa e, às vezes, tonturas e náuseas. Uma pessoa afetada pela ressaca sente muita sede e pode padecer de forte desidratação devido à absorção massiva de água pelo fato de o organismo ter ultrapassado suas capacidades de eliminação do álcool.
A ressaca raramente dura mais de um dia. Se os sintomas persistem por período superior a 24 horas, é importante procurar aconselhamento médico para possível hidratação intravenosa.
A ressaca habitualmente surge quando o nível de álcool do sangue está muito baixo, quase zerado, depois do trabalho de limpeza realizado pelo fígado. A ressaca ocorre basicamente por três motivos. O primeiro e mais comum é a intoxicação alcoólica, que ocorre quando as células são expostas durante muito tempo ao álcool.
A ressaca também pode ser dar por hipoglicemia (diminuição da glicose no sangue). Isto ocorre pois as enzimas hepáticas metabolizam o etanol são as mesmas que produzem a glicose. Como estão ocupadas atuando sobre o álcool, ocorre queda da glicose no cérebro e outras regiões do organismo, surgindo assim sintomas de debilidade e mal-estar.
Por fim, a desidratação também causa a ressaca. O efeito diurético do álcool provoca desidratação que, por sua vez, gera o quadro de boca seca, sede e dor de cabeça.
Os principais sintomas da ressaca são boca seca e gosto amargo na boca, enjoos, fraqueza nas pernas, dor de cabeça, mal-estar e náuseas que não provocam vômito, diarreia e fezes com odor diferente do normal. É raro que todos eles estejam presentes em um mesmo quadro de ressaca.
A melhor forma de evitar a ressaca é não consumindo quantidades excessivas de álcool. Um consumo de quatro latas de cerveja em duas horas já traz riscos de ressaca no dia seguinte. Por isso, é importante beber mais devagar dando tempo ao fígado metabolizar o álcool, combinar seu consumo com água e ingerir alimentos ricos em proteínas e carboidratos antes de começar a beber. Vinho tinto, tequila, conhaque e whisky - as chamadas bebidas escuras - são as que mais causam ressacas e devem ser consumidas com mais moderação que a cerveja, por exemplo.
Logo ao acordar é fundamental beber muita água para repor a hidratação perdida na noite anterior e evitar café ou outras bebidas com cafeína, pois a substância é diurética. Além da água, pode-se consumir isotônicos e sucos de fruta. Por fim, aproveite para repousar.
O uso de remédios contra a ressaca antes de começar a beber não tem embasamento científico. Estes medicamentos misturam substâncias contra náuseas, analgésicos e cafeína e auxiliam no processo de amenização de alguns sintomas da ressaca. O problema é que tais efeitos se perdem horas depois da ingestão. Além disso, estes remédios contêm anti-inflamatórios, que irritam o estômago. Por fim, se não funcionam na prevenção da ressaca, esses remédios podem piorar o prognóstico da pessoa ao estimularem um consumo maior de álcool pela crença de que se está protegido da ressaca.
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