A hepatite C é uma doença hepática causada por um vírus. A doença é hoje a maior epidemia do mundo, com cinco vezes mais pessoas infectadas pelo vírus da hepatite C (VHC) do que pelo HIV. Ao todo, há 200 milhões de portadores da hepatite C em todo o mundo. A doença é dividida em dois tipos: aguda e crônica. A primeira, apesar de menos grave, pode evoluir para um quadro crônico e, em seguida, para situações ainda mais complexas, como cirrose ou câncer no fígado.
O vírus da hepatite C é transmitido principalmente por via sanguínea pelo compartilhamento de material contaminado, o que expõe especialmente pessoas que fazem uso de drogas injetáveis. A doença também pode ser transmitida da mãe contaminada para seu filho durante a gestação.
A hepatite C não é contagiosa e o contato com uma pessoa infectada não coloca em risco a sua saúde. A transmissão não se dá por via sexual - a menos que haja sangramento de ambos os parceiros - ou pelo compartilhamento de objetos como copos e talheres.
Na maioria das vezes, a hepatite C não apresenta sintoma no momento da contaminação. Por isso, boa parte dos portadores da doença sequer sabem que sofrem deste problema e acabam descobrindo por acaso - ao realizar um exame para outro fim - ou quando a doença já está em grau avançado.
No entanto, a hepatite C pode se manifestar por fadiga, febre, dores articulares e musculares difusas e dores de cabeça. Em alguns casos, problemas digestivos, tais como dor abdominal e enjoo também ocorrem. Com o avanço da doença, surge o sinal mais marcante da hepatite: a icterícia (coloração amarelada da pele e do fundo dos olhos). Também surgem coceiras, a urina se torna mais escura e as fezes mais claras.
O diagnóstico da hepatite C é geralmente feito de maneira ocasional. A partir de alguma suspeita, como a presença em excesso de enzimas hepáticas no sangue, o médico especialista pode prescrever um teste de sorologia para identificar a presença de anticorpos específicos do vírus da hepatite C. Outros métodos como a medição de PCR também são eficazes. Por fim, vale ressaltar que toda infecção pelo vírus da hepatite C deve levar a uma busca por infecção pelo vírus HIV.
Em caso de hepatite C aguda, a realização de um tratamento antiviral é a melhor solução. A terapia com interferon alfa três vezes por semana se estenderá por diversos meses até que a infecção tenha sido totalmente combatida.
Já em quadros crônicos de hepatite C, o tratamento é mais complexo. Inicialmente, o paciente deve ser vacinado contra hepatite B e interromper o consumo de bebidas alcoólicas e o tabagismo. O tratamento específico da infecção é feito com associação de interferon alfa e outro antiviral, em geral a ribavirina. Em casos mais graves, é necessária a realização de um transplante hepático.
Para se proteger contra a hepatite C, é importante evitar o compartilhamento de seringas e utilizar material esterilizado tanto nos casos de drogas injetáveis quanto na realização de transfusões sanguíneas.
A hepatite C tem cura. Após uma infecção pelo vírus, 30% dos pacientes se curam de maneira espontânea. Entre os demais casos que acabam evoluindo para um quadro crônico da doença, o tratamento tem boa eficácia se não houver complicações como cirrose ou câncer de fígado.
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