Em alguns casos, a mulher pode desmaiar após chegar ao orgasmo durante uma relação sexual ou mais raramente após se masturbar. Entenda os motivos pelos quais isso ocorre.
O orgasmo é um processo fisiológico extremamente complexo. O orgasmo feminino pode durar mais de 30 segundos, podendo chegar até a um minuto. Neste momento, a mulher experimenta uma série de mudanças fisiológicas muito fortes, como o aumento da pressão arterial e frequência cardíaca, contrações musculares de diversas zonas do corpo em sequência e liberação de uma enorme quantidade de hormônios como a oxitocina e prolactina.
A sensação de desmaio durante o orgasmo está ligado à hipersensibilidade das zonas genitais femininas, que possuem o dobro de terminações nervosas que a masculina, e à constituição do clitóris, que possui um prolongamento de até nove centímetros em direção ao interior da vagina. Além disso, a mulher possui uma extensa rede erótica, que é formada por uma série de órgãos, tais como clitóris, lábios da vulva, períneo, vagina exterior, região anal e ponto G.
Para alguns especialistas, o fenômeno também está relacionado à diferença entre os tipos de orgasmo e explicaria inclusive a ocorrência irregular dos desmaios. Há quatro formas de orgasmo. O primeiro é o clitoriano, mais comum e brando; o segundo se prolonga até um terço da vagina; o terceiro provoca contrações uterinas; já o quarto, mais profundo, é de tipo anal e provoca uma sensação, descrita por algumas mulheres, como se um pêndulo estivesse em movimento dentro do corpo.
Em tempos passados, o orgasmo feminino era descrito como uma pequena morte, que designa o período pós-orgasmo. Em algumas culturas, ele também foi chamado de morte doce. Até o início do século XX, alguns cientistas trabalhavam com a hipótese de que os desmaios pós-orgasmo feminino tinham ligação com crises epilépticas.
Estudos mais recentes realizaram exames laboratoriais de escaneamento do cérebro feminino durante um orgasmo. Um desses estudos constatou que o estímulo sexual do clitóris reduz significativamente a ativação de algumas zonas cerebrais, particularmente o lóbulo temporal, que regula o equilíbrio. A pesquisa também reafirmou que o orgasmo feminino diminui a irrigação sanguínea para o cérebro, o que estaria ligada à perda de equilíbrio, enjoos e desmaios. Outros especialistas afirmam que os desmaios pós-orgasmo na realidade se devem a uma série de mudanças respiratórias por meio da contração da artéria aorta. Como consequência, ocorreria um quadro de hiperventilação (excesso de oxigênio no sangue) ou de isquemia leve (falta de irrigação do cérebro).
Os desmaios são mais comuns após o sexo anal, principalmente se o pênis ou objeto for retirado de maneira muito rápida do ânus, ocasionando a chamada síncope vasovagal. Ela se caracteriza por redução da frequência cardíaca e dilatação dos vasos sanguíneos. Isso acarreta menor quantidade de sangue transportada ao cérebro e leva ao desmaio. O problema é mais comum em pessoas com carga venosa periférica excessiva, mas as causas da síncope ainda são desconhecidas. A perda de consciência pode durar poucos segundos com enjoo até provocar um lapso prolongado e com consequências importantes. Para evitá-lo, o ideal é retirar o pênis ou objeto colocado no ânus de maneira lenta e suave, sem movimentos bruscos.
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